quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Boom de horrores!


Em Belém, e no Pará em geral, tem época de tudo: de chuva, de praia, de manga... Mas infelizmente existe época também quando acontece uma sequência de coisas ruins.
Assalto com refém virou moda. Toda semana acontecem pelo ao menos dois aqui em Belém e região metropolitana. A cena mais comum é a de alguém na mira de um revólver. Banalizou totalmente. E o pior é que a maioria desses crimes são cometidos por adolescentes. Esta semana conversei com um menino de 16 anos que fez uma mulher refém no Conjunto Carlos Marighela. Ele me disse que não estudava mais, parou na sétima série. A mãe ele não conhecia e o pai morava não sei aonde. O rapaz morava com a tia, no bairro do Aurá. Fiquei olhando aquele menino, porque antes de tudo é um menino, e perguntei se ele sabia usar a arma, um revólver calibre 32, com a qual ameaçou a vida de uma mulher. Quando ele me olhou e respondeu que sim, já não parecia mais um menino, mas sim um homem, e um homem formado da forma errada, sem regras, sem carinho e sem um bom exemplo em casa. Tristeza.
Outra moda que parece combinada é a onda de incêndios. Meu Deus parece que quando um acontece, vários são chamas são acesas em seguida. É um atrás do outro. Quando é em residência, quase sempre, ou sempre, é em casa de famílias pobres, que lutam para viver dia após dia. O drama é sempre igual, não dá tempo pra salvar nada, elas saem com a roupa do corpo. É triste ver o fogão queimado, só a carcaça da geladeira, as cadeiras e mesas de ferro, todas retorcidas.
Outra triste realidade que vemos quase toda semana são os abusos contra crianças. Um pai, um tio, um sobrinho, um marido da avó, e agora temos até filho que estupra a mãe de 74 anos de idade. Sempre tem um infeliz com a triste idéia de machucar um inocente. Essa não dá pra perdoar ou ao menos entender. Dá vontade de esganar um sujeito desse!!!!
É de partir o coração ver essas cenas, tão comuns no nosso dia a dia de jornalista. A gente tem que engolir o choro e partir para a redação escrever o texto das matérias que os telespectadores vão ver, muitos deles se identificam com as histórias, pois afinal de contas, é a época dos acontecimentos. É a época dos horrores!!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Resultados do Círio 2010

Foto: Shamara Fragoso

"Ai"... Essa é a única palavra que consigo pronunciar direito nessa segunda-feira pós círio.
Meu corpo dói, minha voz foi embora e mal consigo respirar. rsrs
Exagerada né! Mas exageros à parte, estou muito cansada mesmo!
Vivi uma prova de fogo no sábado a noite, durante a Trasladação. Mais de 1 milhão de pessoas acompanharam a procissão e eu estava lá no meio delas. No começo foi fácil, Amilton e eu estávamos protegidos na segurança da corda que isola a berlinda, quase nem suei! rsrsrsrs
Bendita foi a hora que a quinta estação foi desatrelada e nós tivemos que sair de perto da berlinda e ir para frente da procissão. O Círio desafia as leis da física, principalmente a que diz que dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Ocupam sim, e não apenas dois corpos, mas milhares!
Foi uma verdadeira saga pra gente atravessar a multidão. No começo fiz força, pedi muitas licenças pra passar, me enfiava em lugares, que seriam teoricamente, impossíveis de entrar. Mas depois de 20 minutos me batendo pra passar meu corpo já não respondia e a gente não tinha avançado nem 5 metros! Só ai entendi que não tem "querer" numa situação dessas. Eu queria sair dali o mais rápido possível, mas não podia, não conseguia. Então soltei o corpo e deixei a procissão me levar, respirei fundo e pedi pra Nossa Senhora de Nazaré nos ajudar! rsrsrs
Depois de quase uma hora conseguimos chegar a avenida Generalíssimo Deodoro e fomos para frente da procissão. Na avenida Presidente Vargas pude ver de cima o quanto é linda a Trasladação. Não tem quem não se emocione com a demonstração de fé. Não importa a religião, se você acredita ou não na intercessão de Nossa Senhora de Nazaré junto a Deus, essas procissões emocionam pela fé desses devotos, pelas ações deles, pelas lágrimas que saem do olhos deles, pelo desafio de enfrentar essa multidão por um desejo, um milagre.
É impressionante ver a coragem desse povo que vai na corda, não sei se conseguiria.
É tocante ver essa multidão de pessoas rezando juntas, a gente sente a presença de Deus.
As imagens feitas pelos cinegrafistas da Tv RBA estão show de bola. Quando a gente vê na telinha o resultado o peito se enche de orgulho!
Trabalhei até 1h30 da madrugada de domingo, cheguei na Tv estourada pra escrever o texto. Mas valeu! A matéria ficou show, mas também com o Amilton Torres fazendo as imagens é praticamente impossível uma matéria ficar ruim, ele faz 80% do trabalho. Tem muita sensibilidade e todo o meu respeito!
Na manhã de domingo, 7h estava na Tv, tentando disfarçar minha olheiras com muuuita maquiagem. rsrs
Fiquei no posto da Praça Santuário junto com a repórter Lurdes César fazendo os flashs. Ali a coisa foi mais fácil, pois não precisei andar muito e quando cansava dava pra esticar as pernar sentando no meio fio. rsrs
Ter produtores ajudando também facilita muito o trabalho. Rozana e Grazi arrasaram, foi muito bom trabalhar com elas.
O trabalho só terminou quando ouvimos no ponto o Ronaldo Porto se despedindo e encerrando a transmissão ao vivo da Procissão. Ai a turma se juntou pra ir embora e enquanto aguardávamos o carro que ia nos buscar sentamos num barzinho e comemoramos o ótimo desempenho de todos tomando uma cerveja geladinha. Ahhh e como tava boa aquela cerveja! hauhauhauhauhua
Só hoje fiquei sabendo de duas situações que me deixaram triste. Uma repórter do SBT foi agredida por um louco em frente ao Hotel Hilton, ele deu um soco no rosto da menina, fiquei chocada. Para o ano que vem o chefe já falou que vai pedir seguranças pra ficar com a gente. Achei muito justo, principalmente para nós mulheres, não é fácil ficar no meio dessa multidão. Outra situação que me deixou chocada foi saber que durante a Trasladação uma repórter da Tv Liberal foi atingida pela estação que se rompeu, no momento em que ela gravava uma passagem. Não sei se ela se machucou seriamente, espero que não. É por essas e outras que sempre digo que nós jornalistas que trabalhamos nas ruas deveriamos ganhar adicional de periculosidade! rsrsrs
Enfim... depois de duas semanas de trabalho intenso vou ganhar uma folga na quarta-feira e vou ganhar também um presente: vou ver minha irmã, minha mãe e meu sobrinho... ela vem fazer uma ultra sonografia, vamos ver o rostinho do nosso amado menino! (espaço titia coruja! rs)
Estou indo dormir agora... coisa rara nesses últimos dias! Fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Expectativa Círio 2010

Estou me preparando psicologicamente para a cobertura do Círio 2010.
Vou estar na Trasladação, a terceira procissão oficial do Círio, onde a imagem Nossa Senhora de Nazaré é levada do Colégio Gentil Bittencourt até a igreja da Sé. É o mesmo percurso da grande procissão do Círio, no domingo, só que ao inverso.
Deve terminar de madrugada, eu espero que não... rsrs
Pois vou ter que acordar cedo para estar na Praça Santuário com a equipe da RBA para fazer a cobertura da chegada da santa.
É a primeira vez que vou estar na cobertura do Círio, vai ser um experiência incrível! Vou estar ao lado dos monstros do jornalismo da RBA, que tem décadas de Círio. Gente com quem vou aprender muito...
Na semana que vem conto como foi a minha peregrinação!

Foto: Tarso Sarraf

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eleições = Muito trabalho!

Primeiro turno se passou...
Entre mortos e feridos salvaram-se todos! rsrs
Mortos, aqueles políticos que gastaram toodo seu rico dinheirinho (ou o nosso mesmo), em campanhas, pagando fiscais, porta bandeiras e panfletos que sujaram impiedosamente as cidades de todo o Brasil.
Feridos, aqueles que contavam como certa a vitória no primeiro turno e estão arrasados em saber que vão ter que fingir por mais um mês que gostam de pobre, beijando, abraçando e sorrindo falsamente.
Mas e nós que cobrimos os passos de toda esse leva de políticos, como nós jornalistas estamos? Só posso falar por mim e eu ainda estou de ressaca dessas eleições! E não é igual aquela ressaca de quando a gente exagera um pouquinho no chopp... rsrs. É uma ressaca onde tudo dói, até o cérebro!
Na apuração fiquei de castigo até 1h da madrugada trabalhando. Seria normal, se eu não fosse trabalhar às 8h da manhã... rsrs. Imaginem a minha cara às 8h da manhã!! affss não imaginem estava horrível! Graças a uma gênia egípcia a maquiagem foi inventada e melhorada a cada século para disfarçar as olheiras nossas de cada dia!
Entre os jornalista havia também os mortos e feridos... era uma cara pior do que a outra! (rs sarcáticos: pelo ao menos não estava sozinha nesse barco)
Mas é sempre um aprendizado trabalhar durante a eleições... isso ninguém pode negar. E como cidadã eu tenho que admitir: toda vez que vou votar me emociono, apesar de todos os absurdos que a gente ouve durante as campanhas, apesar de todos os photoshop's nas fotos dos candidatos e do sorriso amarelo que eles nos dão quando digitamos os números na urna. Sempre será uma emoção participar desse momento tão importante para o Brasil!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Expectativa para as eleições 2010


Dei uma sumida do blog porque me desestimulei por um tempo. Isso acontece de vez em quando.. rsrs
Mas vou voltar a escrever (quando tiver tempo) sobre o dia a dia dessa repórter, que não é mais foca, segundo meu amigo Amiton Torres.
Estou na expectativa para esta eleição. É a segunda vez que participo desse momento tão importante da democracia. Confesso que a eleição para presidente é bem menos movimentada do que as eleições municipais. Em 2008 Belém estava pegando fogo esta época. As denúncias de obras eleitoreiras, compra de votos surgiam de todos os lados. Sem contar nas brigas intermináveis entre os dois principais candidatos para prefeito, que ficaram para a história. Lembro-me muito bem de um episódio que ri muito: Em frente ao PSM da 14 de março os dois candidatos discutiam, se degladiavam, trocavam ofensas e acusações. Entrevistei os dois, e numa dessas entrevistas um deles, muito exasperado, falando alto e nervoso, acabou cuspindo no microfone. Mas não era só uma gotinha, era um negócio enoooorme. Todos os outros colegas de imprensa que estavam do lado viram e controlaram o riso. Eu confesso que tive que me segurar também. Muito discretamente, virei o microfone para que aquele negócio branco não aparecesse na imagem. Terminei a entrevista e limpei o coitado do microfone... affss rsrs
Por isso que digo que essas eleições presidenciais estão sendo muito menos movimentadas. Apenas algumas alfinetadinhas entre os candidatos ao governo do Estado.
Mas este ano tive a oportunidade de conhecer a urna biométrica no município de Capanema. Gostei. Muito legal saber que no Estado teremos essa nova tecnologia também, que logo logo estará em todo o Brasil.
Estou anciosa pelo dia 3 de outubro. Gosto muito dessa correria. Dessa pressão de gravar 50 mil stand'ups numa manhã. (exagero né!) Mas no final do dia parece que foi isso mesmo. Mas vale a pena, em 2008 a RBA foi elogiada, pela então Desembargadora do TRE, pela cobertura das eleições, e eu fiz parte disso!
Espero que esse ano seja muito bom também!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Viagem pelo Rio Amazonas


Tenho ficado muito na edição do jornal... uma experiência incrível que está me ensinando muito! Por isso me afastei um pouco do blog. Mas neste domingo do dia dos pais, viajei pra um lugar maravilhoso, Marudá, no litoral do Estado. Lá encontrei Ed Stafford e Gadiel Sanches, britânico e peruano que se aventuraram caminhando toda a extensão do Rio Amazonas. Foram 9 mil e 500 quilômetros desde a nascente do rio, no Peru, até o oceano Atlântico, na praia do Crispin, em Marapanin, há 160 quilômetros de Belém.

Foto: Keith Ducatel

Quando vejo essas coisas confirmo que existe doido pra tudo nessa vida!! rsrs
Duas figuras muito bacanas. O ex-militar britânico foi quem começou com tudo há dois anos quatro meses e seis dias. Quatro meses depois que começou a caminhada encontrou Gadiel, também conhecido como "Cho", que o acompanhou até esta segunda, quando finalmente chegaram ao final da jornada.
Tive a oportunidade de acompanhá-los por 10 quilômetros e garanto não foi nada fácil para esta repórter sedentária caminhar apenas esse distância, imagina passar mais de dois anos nessa aventura!! É de admirar a coragem dos dois. E motivo pelo qual eles querem chamar a atenção é nobre: eles querem chamar a atenção para a preservação da Floresta Amazônica e das pessoas que moram nela.
Ed tem um blog - Walking the Amazon - que atualiza quase todos os dias contando o dia a dia dos dois, ele conecta através de um sistema via satélite.
Foi um privilégio conhecer os dois, conhecer duas culturas diferentes. O peruano é técnico ambiental no país dele, e contou que lá as pessoas respeitam menos ainda a floresta. Não sei se fiquei feliz ou triste com essa notícia, em saber que lá as pessoas tem menos consciência ambiental do os brasileiros. Afinal de contas a floresta de lá também faz parte da Amazônia Legal... vai saber o que eles estão fazendo com esse ecossistema!?!
Cheguei em casa muito, muito, muito cansada. Mas valeu muito muito muito apena.

sábado, 24 de julho de 2010

Ahhhh... alma lavada!

Trabalhei 12 horas seguidas hoje, mas por incrível que pareça estou feliz!
Feliz por que fiz boas matérias, divertidas, conheci pessoas muito legais e vi realidades que parecem difíceis, mas na realidade as pessoas também são felizes. Feliz por que meu cinegrafista é do baralho (rs) e quando vejo as imagens que ele faz fico extasiada, e tenho prazer em trabalhar com ele, Amilton Torres. Se preocupa com os detalhes, é perfeccionista e tem sacadas ótimas!
Estou feliz por que são poucas as oportunidades que tenho de editar minhas matérias e hoje foi um desses dias que pude fazer isso. Tenho que tirar o chapéu para os editores da Tv RBA, além de serem pessoas maravilhosas são profissionais excelentes! Gui, Keila e o grandão Mário... perfeitos!
A emoção de fechar um jornal ao vivo é muito boa, a pressão, a pressa... manda, manda, manda a matéria!!!!! Cada bloco fechado é uma vitória. Derruba matéria, entra matéria... E quando a apresentadora, a Marcinha, dá boa noite, ufaaaa, mais um dia de trabalho se vai, todo mundo ri aliviado! rsrs
Não posso deixar de falar no nosso editor, Gilson Farias. A cada dia aprendo mais com ele, tem uma visão jornalística que poucos tem!
A única coisa que ainda falta entrar no eixo é a produção... ahh essa ainda tem que melhorar bastante... mas deixo isso pra depois.
Domingo trabalho de novo... sem estress... Amo o que faço!
Agora vou dormir que to destruída! rsrs

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Crianças em situação de risco

Tenho que confessar: hoje quase chorei fazendo uma matéria.
Vi uma cena chocante e lamentável. No bairro do Guamá a polícia investigava uma casa, que supostamente, é um ponto de venda de drogas. O policial chama toda a imprensa, não pelas drogas, mas pelas situação em que vive a família. A mãe, uma senhora de aparência abatida, de quem já passou por muitas necessidades. Ela morava com três filhos em um quarto, mal iluminado, sem piso e com muitas tábuas faltando nas paredes. Aquilo foi o que sobrou para eles. Esse quarto é nos fundos do terreno. Na frente havia um resquissío do que uma dia foi uma casa. Ela desabou, era de tábua. Entre as madeiras havia colchões velhos, roupas, utensílios de cozinha, parecia que uma furacão tinha passado por ali. Fico imaginando as crianças brincando por ali, o risco que elas corriam no meio de toda aquela bagunça.
Estava chovendo, e a chuva só fez o cenário ficar mais triste.

As crianças tem entre três e cinco anos, e choravam incontrolavelmente. O conselho tutelar queria levar os três dali. Muita discussão, choro, gritos, e chuva... Então a mãe vira para mim, com o rosto molhado de lágrima e me pede para não deixar o conselheiro levar seus filhos.
Foi quando as minhas lágrimas vieram aos olhos. Engoli a seco. Como eu poderia intervir naquela história? E pior, como eu poderia pedir para não levar aquelas crianças dali, daquele lugar que cheirava mal e parecia que ia cair a qualquer momento?
Havia mais um quarto em cima, uma escada normal dessas de madeira que os pintores usam, era o acesso ao andar de cima. No chão de terra batida havia animais espalhados por todos os cantos, cachorros e gatos. Sem querer pisei na pata de um gatinho preto. tisc tisc...
Esta situação me chocou muito. Perguntei para a mãe o que ela fazia para sustentar a família, ela disse que era diarista. Perguntei se ela usava drogas, ela disse que não, que o ex-marido usou, mas ela não.
Falei com a filha mais velha, ela me disse que todos eram bem tratados ali, que não queria sair. Entendo que uma crianças daquela idade não sabe o que é bom ou ruim para ela, mas vi no rosto de cada uma ali o desespero de ser tirada de casa, se é que se pode chamar aquele lugar de casa.
Será que algum dia essa crianças tiveram um lugar decente para dormir, comer, tomar banho? Por que nem banheiro o lugar tinha!
Na semana em que se falou tanto no Estatuto da Criança e do Adolescente, pois ele completou 20 anos criação, a gente ainda se depara com crianças sem a mínima condição para viver. Mas o que me impressionou foi o quanto elas eram apegadas aquele mínimo. Mesmo sendo expostas a riscos e más influências. É porque com a mãe não foi encontrada nenhuma droga, mas uma amiga dela foi presa porque tinha cachimbos, usados para fumar craque.
Conversei com a policial que achou o tal cachimbo. Ela me disse que perguntou para a menina mais velha quem usava aquilo, e a menina imediatamente respondeu que aquilo não era da avó, porque a avó já tinha parado de fumar a bastante tempo. Uma menina de 5 anos sabia exatamente para que servia aquilo!!!!
Depois de muita negociação a mãe a avó aceitaram ir com o conselheiro tutelar. Antes de entrar no carro converso com a outra menina, que coincidentemente se chama Liliane. Mais uma vez quis chorar, ela olhou pra mim e disse que estava com medo. Tentei acalmá-la dizendo que seria melhor ela ir, que aqueles homens iriam cuidar dela e da família.
Meu Deus, quantas crianças passam por isso?!!!
Será mesmo que vão cuidar deles?
Será que já não deveriam ter cuidado, pra que a situação não chegasse naquele ponto?
Quantas famílias não vivem do mesmo jeito em Belém... no Brasil?
Pensei imediatamente no meu sobrinho ou sobrinha, que logo logo vem ai. Agradeci a Deus pela família que tenho, que ele/ela também vai ter. Agradeci pelo o que tenho, um teto, um emprego, o mínimo de dignidade. As vezes a gente não imagina que temos muito, quando muitas famílias não tem nada....

terça-feira, 13 de julho de 2010

Férias, férias para os outros...

Ahhh, ando meio sem tempo de escrever no blog. Final de semana foi puxado, trabalhei sábado e domingo e to cansada desse mês de julho. Em uma semana fui três vezes a Mosqueiro, não aguento mais fazer matéria de verão, praia, eu quero curtir uma praia, isso sim. rs
Mas pior do que Mosqueiro, que estava lotado de gente, é Outeiro. O que é aquele lugar no domingo? Acho que tinha umas dez pessoas por metro quadrado, se isso é fisicamente possível! E quando esses lugares estão lotados significa que Belém está uma maravilha. É tão lindo ver a cidade sem congestionamento! Mas a cidade vazia atrapalha nosso trabalho. Um bom exemplo aconteceu nesta segunda-feira. As duas equipes da manhã fizeram apenas três matéria. Eu entrei às 13 horas e não consegui fechar nenhum vt. Todo mundo está de férias... hauhauhauhauha
Só jornalista não tem férias...
Mas a produção não tem ajudado muito, nessa época as entrevistas tem de ser marcadas com bastante antecendência, e o produtor tem que dar uma chato e ficar ligando todo dia pra confirmar a entrevista. Mas isso não funciona na prática... infelizmente!
E como eu trabalhei toooodo o o final de semana, no outro a tv não vai sentir nem meu cheiro! rsrs

terça-feira, 6 de julho de 2010

Desafio



Repórter de tv mata um leão todo dia... exagero? pode até ser, mas vou te contar, tem dias que é muuuito difícil fechar uma matéria! Uma matéria começa a ser produzida na redação, quando os produtores pensam em uma pauta, ele desenvolve a pauta, faz os encaminhamentos, pensa em quem pode dar entrevistas, faz contatos... etc. Tem dias que a produção não tem muita sorte e faz a pauta com um entrevistado apenas, então sobra para o repórter se rebolar pra melhorar a matéria. Mas tem dias que não tem escapatória, a gente tem que fazer milagre para colocar a matéria no ar, mesmo com um entrevistado apenas. O pior é quando não tem imagem para cobrir a matéria. Tv é imagem, não tem jeito, é nela que o telespectador se prende. É cruel fechar uma matéria sem esses dois recursos: entrevistado e imagem.
Se o repórter é obrigado mesmo assim a fechar a matéria, leva esporro depois. Pode ter certeza. A edição tem que cobrar de alguém, e advinha de quem?? Do repórter, é claro!
Eu entendo perfeitamente os editores, mas sinceramente não entendo por que eles não entendem os repórteres!?! rs
A gente é obrigado a escrever aquele texto, o que se pode fazer?
Se alguém, lá em cima (e não é Deus), exige que a matéria seja feita, a única coisa a se fazer é escrever, mesmo que não tenha nenhum dos dois recursos... te vira: escreve.
E então acontece o efeito dominó: se a produção não faz o trabalho direito, o repórter dificilmente vai fazer algo que preste, e a edição pior ainda!
E depois o efeito dominó volta: o editor fica p... da vida e briga com o repórter; o repórter por sua vez fica mais p... da vida e desconta na produção.
Essa é a vida na redação... e mesmo assim a gente não desiste! rs

domingo, 4 de julho de 2010

Domingo na Ilha de Mosqueiro


Ilha de Mosqueiro

Primeiro domingo de julho, primeiro final de semana das férias, praia bombando e eu... trabalhando! rsrs
Acordei ceeeedo neste domingo, mais precisamente ás 04:45 da madrugada. Enquanto uma galera estava voltando da farra de sábado, eu estava saindo de casa. A bucólica Ilha de Mosqueiro me aguardava anciosamente.
Eu sou uma pessoa sedentária, não faço academia por pura preguiça, tenho horror a rotina de puxar ferro. Ai eu me pergunto: por que 375 pessoas se inscrevem para participar de um esporte que cansa tanto, o triathlon? Nadar, correr de bicicleta e correr... correr... correr. Ufa! já cansei.
Foi exatamente isto que fui fazer em Mosqueiro, cobrir o Sesc Triathlon - etapa Belém.
Tudo bem, tudo bem, nem todas as pessoas do mundo são preguiçosas igual a mim. Foi muito legal cobrir o evento. Muita gente bonita e bem disposta. O tempo ajudou aos atletas e a mim também, rs. O sol só foi aparecer de verdade no final da prova. Mas mesmo assim ainda estava quente, o mormaço mal trata a gente (ahh o Mormaço... rsrs).
Na praia do Chapéu Virado muita gente e muitas mulheres descolorindo os pelos. Eu sinceramente acho que essas coisas a gente faz no quintal de casa, sem ninguém olhar. Será que elas acham que é sexy fazer isso na praia? hahaha. Fui entrevistar um grupo de meninas que fazia o processo de descoloração. O cinegrafista pergunta: Não tinha nenhuma mais bonitinha e que não estivesse passando água oxigenada no corpo, pra você entrevistar? Olhamos ao redor... cri cri cri cri...
Coisas da bucólica Ilha de Mosqueiro!
A pior parte pra mim foi andar de sapatilha naquela areia, ainda mais com uma maldita sapatilha que faz bolha no pé! A minha salvação foi a madame da área VIP: Débora Costa. Uma amiga, produtora e namorada do meu chefe, que estava tomando água de côco e comendo petiscos achando que estava na Ilha de Caras... Ela me emprestou uma sandália que estava no carro, então pude andar direito.


O mais legal da competição é que vi atletas de todas as idades. Homens e mulheres com até 59 anos que davam de 10x0, nesta repórter sedentária, só de olhar eu já cansava! Vi também competidores dando o máximo. A campeã da categoria elite, Pâmela Oliveira, chegou com o pé sangrando, fazia cada careta, que eu fiquei com pena. O paraense, Danilo Pimentel, da mesma categoria, que ficou com o quarto lugar, quase desmaiou na chegada. E eu pensei: por isso que não invento essas coisas, vai que me dá um bug! rsrs
Depois que a missão comprida foi cumprida, eu recebi um convite irrecusável. Meu chefe e sua digníssima me chamaram para uma paradinha na orla. Um peixinho frito, com uma cervejinha gelada, rimos muito, falamos mal de um monte de gente (brincadeirinha), e eu só cheguei em casa no final da tarde. Queria ter ido para o Mormaço, mas por motivo de força maior, não fui.
Mas é isso... domingão foi ótimo, nada melhor do que enfiar a cara no trabalho e o pé na areia!!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Dia de folga e de decepção! =(


Sexta-feira acordo toda feliz por que estava de folga!!! Uhuuu
Não é todo dia que uma repórter pode assistir ao jogo do Brasil em paz! Acordo às 10 da manhã, animada, vou assistir ao jogo com amigos... perfeito! Tinha até uma feijoada... uhuuu
Dez minutos do primeiro tempo... gol do Robinho... Logo pensei: vai ser fácil passar pela Holanda! Dava pra ter feito mais um no 1º tempo... mas não fizeram. Quanta ilusão...
Começa o 2º tempo...
O que será que aconteceu com a seleção durante o intervalo daquele jogo? Os holandeses colocaram um revólver na cabeça de cada jogador, pra deixá-los com tanto medo??
O que foi aquele primeiro gol da Holanda?? Ai quantas questões a serem respondidas!
Mas sinceramente não quero saber da resposta de nenhuma delas... a seleção brasileira estragou a minha folga!!!! Até perdi a vontade de tomar uma cervejinha... resolvi voltar pra casa e assistir a um filme, pois queria esquecer a decepção que passei... nem pensar em assistir a Globo ou a Band. Não quero ouvir desculpas dos jogadores, muito menos do Kaká.... ai o Kaká. Tão lindo, mas é só. Por que jogar mesmo nessa Copa ele não jogou, ele é igual ao Cristiano Ronaldo, de Portugal, fica melhor estampando as capas de revistas ou em propagandas de cuecas.. hahahaha Adoooro.
A seleção vai ser linchada... pois acabaram com feriados do Brasil durante os jogos...
Mas tudo bem, julho chegou, e acabei de saber que só vou trabalhar no domingo... Vou pra Mosqueiro tomar um suco de laranja (sem trocadilhos rs), e fazer uma matéria sobre o início das férias e do verão. Só assim esqueço da seleção...
Ate rimou! rsrs

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dia ligth...

Hoje o dia foi tranquilo... depois de uma quarta-feira totalmente conturbada da Câmara Municipal. Hoje fiz a inauguração de uma escola de ensino fundamental em Ananindeua. Escola belíssima, nunca vi nada parecido em uma escola pública. Todas as salas climatizadas, laboratório de informática, consultório odontológico, sistema de captação e reaproveitamento da água da chuva e aproveitamento da luz do sol para iluminar os corredores... Políticas à parte, a obra realmente é bonita de se ver. Belém merecia escolas iguais....
Por hoje foi só... a primeira pauta caiu.. puff

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Confusão na Câmara Municipal de Belém

Vou começar esse blog falando sobre o que aconteceu nesta quarta-feira, na Câmara Municipal de Belém. Uma verdadeira patifaria (que palavra antiga rs). Pra quem não viu a reportagem vou contar um pouquinho sobre o que estava acontecendo:
Pela segunda vez o prefeito da nossa cidade tenta aprovar um projeto conhecido como parceria público-privada, que permite que a prefeitura privatize todos - eu disse todos - os serviços públicos do município, entre eles os serviços de limpeza, saneamento e até dos cemitérios. Se vai ser melhor ou pior para a cidade, sinceramente não sei avaliar, só sei que é no mínimo estranho que o prefeito queria taaaanto fazer isso, a ponto de usar a aprovação do projeto como moeda de troca para apoiar a governadora nas eleições.
Voltando para os acontecimento de hoje... a confusão toda que aconteceu na Câmara hoje foi por causa de um desses itens do projeto: a privatização do sistema de abastecimento de água da capital. Os vereadores que queriam a aprovação do projeto forçaram a barra, tentando inverter a pauta, passando por cima de uma "questão de ordem" tão falada e apreciada pelos parlamentares.
Os vereadores que não queriam a aprovação do projeto se alteraram (leia-se: rebarbaram rs)no plenário. Coitado dos microfones, foram jogados para o alto, pisoteados e aguentaram muitos berros dos nossos representantes na Câmara. A imprensa adora. Não vou mentir, isso rende muito pra televisão, são imagens fortes mas são vergonhosas, como cidadã me senti lesada por ouvir tanta besteira e ver que o dinheiro dos nossos impostos, investidos ali naquela casa, estava sendo mal tratado.
Depois que o vereador encerrou a sessão, outros parlamentares se exaltaram mais ainda (leia-se: perderam a compostura de vez). Incitando as pessoas que estavam na plenária a invadir o plenário. Resultado: spray de pimenta neles!

Foto: Tarso Sarraf

Já vi muitas confusões por essa minha curta vida de repórter, mas nunca vi ninguém espirrar spray de pimenta em lugares fechados. Era insuportável ficar na Câmara, aquilo ardia... Os guardas municipais tinham que saber que ao espirrar aquilo ia atingir todo mundo. Imagina uma repórter que está gripada, tossindo sem parar, respirar aquilo? rsrs
Ao meio dia tudo se acalmou... todos foram embora e eu fiquei, é claro... rs
Fazer ao vivo, em cima da hora, estava exaltada, suada e nervosa... isso significa erro na certa! Errei a porcaria do teaser (chamada rápida das reportagens). Também era enooooorme! O meu chefe não sabe escrever pouco, é por isso! rsrs
Pena que só entramos mais uma vez no ao vivo - problemas no link - normal.
Então às 14:30 eu volto pro meu santuário: a redação da tv. Onde sempre chego e me sinto aliviada por ouvir as vuvuzelas da produção, sim por que aquela gente toda falando ao mesmo tempo parece a torcida na Copa do Mundo... e como agora é moda falar da vuvuzela, achei boa a comparação! rsrs